FGC

18/07/2019

VOCÊ SABE COMO PRESTAR SOCORROS PARA CICLISTAS?

Quem pedala está sujeito a acidentes, sejam eles casos simples, como um tombo, por exemplo, até ocorrências mais graves, como atropelamentos. O uso de equipamentos de proteção (capacetes, luvas, óculos) são importantes acessórios, evitando lesões mais graves na maior parte dos acidentes.

Segundo o artigo 135 do Código Penal Brasileiro, é obrigatório prestar socorro às vítimas de acidentes ou males súbitos. Caso contrário, a pena para omissão de socorro pode chegar a 1 ano de detenção, podendo ser agravada se atingir lesão corporal e até triplicar caso haja morte.

 

Como prestar socorro?

– Manter a calma e não fazer nada por instinto, pensando antes de executar;

-Sinalize e garanta a segurança do local do acidente para evitar outros acidentes;

– A seguir, procure socorro, nunca abandonando o acidentado. Use o celular, pare algum veículo ou procure um telefone público;

– Devemos confortar a vítima, sem mexer nela. É necessário trabalhar com a máxima de que “toda a vítima de acidente possui lesão cervical até se provar o contrário”;

– Se estiver em grupo, controle a situação e distribua as tarefas para as outras pessoas: um sinaliza o local, outro conforta a vítima, e outra procura ajuda;

– Em caso de tombos leves, observe as reações do acidentado. Se ele se levantar sozinho e espontaneamente, isto é bom sinal.

 

Como proceder com a vítima?

– Verificar se a vítima está consciente ou não;

– Checar os sinais vitais, tais como a respiração (use o dorso da mão para sentir), e pulso (encoste a mão no pescoço procurando sentir a pulsação);

– Perguntar a vítima: onde dói, nome, onde reside, idade e telefone. Informações importantes, pois, o estado de uma vítima é inversamente proporcional ao número de informações obtidas.

– Observar atentamente as reações do acidentado, procurando mantê-la longe do sol e do frio.

 

O que fazer até a chegada do socorro?

Hemorragias: Tudo depende do tamanho do corte. Em cortes pequenos com sangramento, pode-se até improvisar com esparadrapo. Já para estancar uma hemorragia, o método mais eficaz é fazer compressão direta sobre a área, até com a própria roupa da vítima. Outro método é elevar o membro atingido, usando a gravidade a favor. Se não funcionar, a solução é improvisar um garrote ou torniquete, com um pedaço de tecido ou com uma fita de borracha (que pode ser uma câmara sobressalente, por exemplo), (mais usado em caso extremo de amputação e esmagamento).

Fraturas: As mais comuns entre os ciclistas são as clavículas, braços e dedos das mãos. Jamais tente alinhar um membro fraturado. O ideal é que o membro seja imobilizado, obedecendo os desvios causados pela fratura. Você pode improvisar uma tala com pedaços de madeira envoltos em tecido. E a vítima deve evitar movimentos.

Lesões na cabeça: O ponto mais vulnerável do crânio são as têmporas, região localizada na lateral da cabeça, entre a orelha e os olhos. Traumas fortes na cabeça resultantes de quedas podem deixar a vítima inconsciente por alguns minutos ou até mesmo por várias horas e dias. Se bater a cabeça, mas estiver consciente, procure o quanto antes um hospital, principalmente se após o acidente o ciclista apresentar perda da consciência, confusão mental ou perda da memória, dor de cabeça, visão embaralhada, perda da audição e vômitos. Qualquer batida na cabeça não deve ser negligenciada. E nunca deixe a vítima dormir logo após um trauma na cabeça. Converse com ela procurando mantê-la consciente, até a chegada do socorro.

Desmaios: Ao contrário da crença popular, os desmaios na verdade são positivos e significam perda de consciência do corpo como forma de defesa. Este estado pode durar de alguns segundos até uma hora inteira! E os motivos podem ser os mais variados, como: hipoglicemia (baixa quantidade de açúcar no sangue), insolação (mais comum), cansaço e dores extremas (no caso de acidentes), estresse emocional, intoxicação ou qualquer situação onde ocorra uma rápida perda de sangue. A vítima deve ser deitada com a cabeça mais baixa do que o coração e os membros inferiores devem ser elevados em mais ou menos 30cm. Gire a cabeça da vítima para o lado, para que sua língua não interrompa a passagem do ar na garganta. Afrouxe as roupas, umedeça a face e o pescoço da vítima com uma toalha e jamais dê líquidos para alguém inconsciente.

Dentes: Em traumas frontais, é muito comum termos dentes lesionados, o que pode variar desde a quebra de um pedaço até a perda completa do elemento (avulsão). O importante é, sempre que possível, procurar o fragmento ou o dente inteiro, limpando-o e acondicionando-o em soro fisiológico, leite, ou até na própria saliva. No caso de avulsão, pode ser feito um reimplante, sendo que o sucesso deste será proporcional ao tempo em que o dente esteve fora da cavidade original. Se o dente afetado amolecer, porém não sair completamente de seu sítio de origem, mantenha-o no local com a língua, desde que a vítima esteja consciente. Se não, às vezes é preferível retirá-lo para evitar a deglutição do mesmo, podendo com isto termos até um sufocamento. Com as técnicas atuais de reabilitação oral, a perda de um dente é facilmente suplantada. Os fragmentos também podem ser “colados” ao dente atingido posteriormente. Assim que possível, procure um cirurgião dentista para avaliar e conter o dano.

Olhos: Os ferimentos mais comuns nos olhos são normalmente causados pela vegetação, por insetos e por pedras que são lançadas pelo ciclista que vai a frente. Não há muito que fazer no meio do mato, a não ser lavar os olhos com água limpa. Assim que possível, procure um oftalmologista, para avaliar e conter o dano.

 

O que deve conter em um kit de primeiros socorros?

Ter um kit de primeiros socorros em mãos pode fazer toda a diferença. É importante observar que este presta somente o primeiro atendimento, até um socorro mais eficaz e completo poder ser prestado. Assim, seu telefone celular na maioria das vezes pode ser mais valioso que o kit. Confira:

– Luvas descartáveis

– Soro fisiológico

– Água oxigenada

– Água boricada (para lavagem ocular)

– Éter e álcool (para limpeza)

– Gaze e algodão

– Rolo de esparadrapo

– Fita do tipo microporo

– Alfinetes de segurança, tesoura e pinça cirúrgica

– Termômetro

– Curativos do tipo “band-aid”

– Loção de calamina (tipo “Caladryl”)

– Comprimidos de analgésico, antitérmicos, contra indigestão, enjoos, cólicas e dores de barriga

 

Telefones de emergência:

Bombeiros: 193

SAMU ou Emergência em Casa: 192

Polícia Militar: 190

Polícia Rodoviária Federal: 191